quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Clima tenso: Ministro exonera Bira do comando do Incra e devolve o órgão a Arthur Lira

Uma nova crise entre os movimentos sociais em Alagoas e o Incra já se anuncia com o retorno do presidente da Câmara, Arthur Lira, (PP) para controlar o órgão no Estado.

Isso após o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, ter exonerado o servidor de carreira, José Ubiratan Rezende Santana, o Bira, da superintendência regional do órgão, nesta sexta-feira, 19.

Bira  foir nomeado na terça-feira, 16, em substituição a César Lira, o primo de Arthur Lira, que – na visão do movimento sem terra, além de ser um bolsonarista era considerado um inimigo do movimento e da reforma agrária. César estava no comando da repartição pública, desde o início do governo Michel Temer (MDB), iniciado após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Bira foi o nome acordado pelos movimentos sociais com o próprio ministro Teixeira, que, no domingo passado, fez uma live com os dirigentes dos movimentos dos sem terra e Alagoas e concordou com a nomeação do substituto de César Lira.

A live foi sugerida ao ministro do MDA pelo deputado federal Paulão (PT), que defendeu a indicação do servidor de carreira para o cargo, apoiando o pleito dos movimentos sociais.

O parlamentar havia distensionado uma ação de invasão da sede do Incra em Maceió, que estava programada em comemoração ao abril vermelho, após ter entendimentos que teve com o próprio Paulo Teixeira, e o ministro Márcio Macedo, da Secretaria Geral da Presidência da República.

Mas Bira foi comunicado nesta sexta-feira que também seria exonerado do cargo para que o deputado Arthur Lira indicasse um novo nome. O caso deixou as lideranças dos movimentos em pé de guerra.

Para o deputado Paulão, se o ministro Teixeira iria nomear de novo um nome indicado pelo presidente da Câmara deveria ter anunciado as lideranças durante a live. “Mas não o fez e erra, desta forma, pela segunda vez com os movimentos em Alagoas. Isso por que ao assumir o ministério ele deveria ter mudado o comando do Incra no Estado e em outras praças, por que todos vieram do governo Bolsonaro e fizeram campanha aberta contra o presidente Lula”, declarou.

Paulão destacou ainda que a exoneração de José Ubiratan gera um novo clima de tensão com os movimentos, “até por que esse não tinha sido o acordo feito com o ministro. Portanto, estou fora dos problemas que ele enfrentar com os movimentos sociais em Alagoas. Vou torcer para que tudo fique em paz, mas se houver qualquer ruído ele que resolva”.

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